sexta-feira, 13 de junho de 2008

SHAKESPEARE

"Depois de algum tempo você aprende a diferença, a sutil diferença entre dar a mão e acorrrentar uma alma. E você aprende que amar não significa apoiar-se, e que companhia nem sempre significa segurança. E começa a aprender que beijos não são contratos e nem promessas. E começa a aceitar suas derrotas com a cabeça erguida e olhos adiante, com a graça de um adulto e não com a tristeza de uma criança. E aprende a contruir todas as suas estradas no hoje, porque o terreno do amanhã é incerto demais para os planos, e o futuro tem o costume de cair em meio ao vão. (...) Descobre que se leva certo tempo para construir confiança e apenas segundos para destruí-la, e que você pode fazer coisas em um instante, das quais se arrependerá pelo resto da vida. Aprende que verdadeiras amizades continuam a crescer mesmo a longas distâncias. (...) Aprende que maturidade tem mais a ver com os tipos de experiência que se teve e o que você aprendeu com elas, do que com quantos aniversários você celebrou. (...) Descobre que nem sempre é suficiente ser perdoado por alguém, algumas vezes você tem que aprender a perdoar-se a si mesmo. Aprende que não importa em quantos pedaços seu coração foi partido, o mundo não pára para que você o conserte. Aprende que o tempo não é algo que possa voltar para trás. Portanto, plante seu jardim e decore sua alma, ao invés de esperar que alguém lhe traga flores. E você aprende que realmente pode suportar. Que realmente é forte, e que pode ir muito mais longe... Depois de pensar que não se pode mais. E que realmente a vida tem valor e que você tem valor diante da vida." (WILLIAM SHAKESPEARE)

África

A emancipação da África Negra Desigualdade e autoritarismo nos países independentes da África
O final da Segunda Guerra Mundial criou um clima amplamente favorável a democracia e a emancipação dos países que ainda estavam sob o jugo colonial de nações estrangeiras. A vitória no confronto com os nazistas liderada pelos Estados Unidos, Inglaterra e França trazia no seu bojo o claro constrangimento das nações européias. Esses países da Europa, que proclamavam em alto e bom tom o seu ideário liberal e democrático, ainda se valiam do domínio sobre territórios africanos e asiáticos para aumentar suas riquezas e fortalecer suas economias.
Isso aumentava ainda mais as dificuldades internas dos países africanos em busca de emancipação e estabilidade política e econômica. Até mesmo em países que teoricamente estavam mais preparados para realizar a transição da posição de colônias para a de países livres, como eram os casos do Quênia e da Nigéria (ex-colônias britânicas) ocorreram muitos problemas.
O Quênia, país pobre situado na África Oriental, caracterizado por um território sem água, em que as terras são estéreis, tinha enormes problemas em setores básicos como a produção e a distribuição de alimentos. Suas poucas áreas propícias ao desenvolvimento de culturas agrícolas situam-se na região sul do país, na proximidade do Oceano Índico.
Se não bastasse essa penúria, o Quênia também sofria com os conflitos internos causados por algumas de suas tribos, como foi o caso da Rebelião Mau Mau (1952). Esse imbróglio foi causado pelos membros da tribo Kikuyu, que se organizou numa organização terrorista que atuava secretamente e lutava contra os colonizadores brancos que viviam em seu país, causando grande terror entre os membros dessa comunidade. Esse foco de rebelião foi sufocado apenas com a conquista da independência do país, em 1958.
A libertação da dominação colonial inglesa permitiu que chegasse ao poder o presidente Jomo Kenyatta, de origem Kikuyu. Kenyatta havia sido preso em 1953, onde permaneceu durante sete anos, sob a acusação de ser lider da revolta dos Mau Mau. Durante seu período de reclusão o presidente da recém libertada nação estudou o socialismo e criou uma versão própria dessa corrente política, adaptada a realidade africana.
Acreditava Kenyatta que o Quênia deveria adotar um socialismo que se aproximasse mais dos modelos escandinavos e britânico e não dos padrões adotados pelos russos ou pelos chineses. Advogava em favor do fim dos ressentimentos e tensões com os antigos colonizadores em prol da construção de um país melhor. Ao propor essas idéias, refutava os conceitos de luta de classes do marxismo clássico por entender que essa estrutura social não imperava na África. Em sua versão do socialismo, Kenyatta acreditava que seus compatriotas deveriam evitar que o poder e as riquezas de suas terras fossem apropriadas por indivíduos e grupos estrangeiros. Defendia-se também a participação plena e igualitária dos cidadãos na vida política nacional.
A Nigéria por sua vez, vivia assolada por denúncias de corrupção, desmandos e violência que se tornaram ainda mais devastadoras para o processo emancipatório local com o assassinato de seu primeiro-ministro e a ascensão de um governo militar em 1966. Para piorar ainda mais a situação um movimento separatista proclamou o surgimento da República de Biafra apenas um ano depois do estabelecimento dos militares no poder.
O país foi então tomado por uma guerra civil que se estendeu por três anos e vitimou mais de um milhão de pessoas. As maiores perdas não ocorreram nos campos de batalha e sim em virtude da fome e de doenças ocasionadas pela devastação do país. A derrota dos separatistas ocorreu apenas em 1970 e impediu a plena organização do país, um dos mais ricos em recursos minerais do continente africano (possui reservas de gás natural, carvão, petróleo e colúmbio – mineral utilizado para a produção do aço).
Havia também casos de países que realizaram sua independência sem que o poder fosse repassado para a maioria negra. Nesses casos a minoria branca concentrou as atribuições políticas, militares e econômicas e legou aos negros uma posição de submissão controlada a partir de um aparato de estado de caráter repressor.
Isso aconteceu, por exemplo, no Zimbábue (antiga Rodésia), onde a conquista da Independência levou ao poder o primeiro-ministro Ian Smith, que cortou todos os laços que uniam o país a metrópole inglesa, inclusive a participação na Comunidade Britânica. Essa atitude radical não promoveu, porém, o gradual repasse das atribuições políticas e econômicas à comunidade negra que formava a esmagadora maioria da população do país.
Acuado por pressões políticas externas, advindas principalmente da Inglaterra e dos Estados Unidos, Smith promoveu uma lenta abertura política a partir da qual se comprometeu a passar o poder político para os negros. Em 1979 o país teve o seu primeiro presidente negro eleito. Apesar disso as oposições mais radicais ao domínio dos brancos acreditavam que esse novo governo havia sido eleito de forma fraudulenta e que os componentes do governo eram apenas títeres controlados pelos brancos.
O mais célebre caso de governo despótico e racista aconteceu, no entanto, na África do Sul. Nesse país vigorou durante muitos anos o Apartheid, ou seja uma política discriminatória e extremamente preconceituosa em relação a comunidade negra que tinha respaldo não apenas dos dirigentes que controlavam o país, mas também da própria lei maior do país, a constituição.
Líderes nacionais que abertamente se posicionavam contra os abusos cometidos na África do Sul foram penalizados de forma brutal. Stephen Biko, influente defensor do protesto não violento foi assassinado na cadeia a partir do comando das principais autoridades do país. Ele realizava importante e expressiva campanha em prol da recuperação da auto-estima de seus compatriotas ao liderar protestos que tinham como principal bandeira o slogan “Black is beautiful”.
Nelson Mandela ficou encarcerado por décadas até que fosse libertado e pudesse se tornar o primeiro presidente negro da África do Sul já no início dos anos 1990. Desmond Tutu, bispo anglicano, respaldou-se na sua condição de religioso para proteger inimigos do estado racista e pregar abertamente contra o Apartheid em nível internacional. Apesar de seus esforços e de diversos outros ativistas a comunidade internacional que investia no país não apoiou de forma efetiva um boicote a África do Sul contra o racismo.
Outro caso contundente quanto as dificuldades dos países africanos para atingir autonomia plena foi o de Gana. Essa ex-colônia britânica, conhecida anteriormente como Costa do Ouro tornou-se independente em 1954. O líder do movimento emancipacionista foi Kwame Nkrumah (1909-1972), que apesar de suas origens humildes foi educado na Inglaterra e nos Estados Unidos.
Tinha fortes tendências socialistas e era um estudioso do marxismo, apesar disso nunca declarou formalmente ter aderido ao socialismo. Buscou apoio para algumas de suas políticas internas em Moscou. Acreditava que as tradições culturais africanas como as de seu próprio país não poderiam ser esquecidas em favor das influências européias. Centralizador, o presidente de Gana criou um regime político unipartidário. Investiu em ações de caráter social com a construção de hospitais e um importante trabalho na área educacional.
Foi deposto por um golpe militar sob a acusação de corrupção e da criação de um culto a sua própria personalidade. Esse golpe, conforme auferido posteriormente foi financiado pela CIA (Agência Central de Inteligência) dos Estados Unidos. A ação norte-americana fazia parte das estratégias de combate a expansão do comunismo internacional daquele país. O importante era derrotar os russos, o que aconteceria com a África pouco importava...
Foi no Congo, colônia da Bélgica, que ocorreu uma das mais duras e violentas revoltas do continente africano. Prevendo que os acontecimentos locais poderiam redundar num banho de sangue os colonizadores belgas concedeu a independência a seus súditos locais. Esse acontecimento desencadeou lutas internas que motivaram o surgimento de movimentos separatistas, com especial destaque para a revolta que ocorreu em Katanga.
Katanga era a principal fonte de renda do país com suas ricas minas de cobre, controladas por empresas belgas. Lideranças locais motivadas pela riqueza de seu subsolo iniciaram revolta contra o poder central do país e promoveram o assassinato de vários líderes nacionais, inclusive do líder esquerdista Patrice Lumumba. Para isso contaram com o auxílio da CIA, preocupada com a possibilidade dos comunistas tomarem o poder no país.
A ação do Conselho de Segurança da ONU impediu a continuidade da guerra civil no país, no entanto não impediu que a história daquela nação continuasse problemática e cheia de dificuldades já que em 1971 assumia o poder o ditador Mobutu, que mudou o nome daquela nação para Zaire.

A Peste Negra

A epidemia do fim dos temposA Peste Negra
No início do século XIV a China vivenciou uma epidemia mortal de peste bubônica. A peste ocorre em virtude de um bacilo, ou seja, um organismo presente no organismo dos ratos e que é repassado aos homens pelas pulgas que neles se hospedam. As pulgas em contato com o corpo humano regurgitam o sangue dos roedores e dessa forma a doença chega aos seres humanos. Assim que as primeiras pessoas são atingidas pela peste, a enfermidade se dissemina com grande rapidez.
Os sintomas dessa doença são a febre alta, a inflamação das glândulas linfáticas (chamadas popularmente de bubões), manchas na pele (vermelhas inicialmente e que depois se tornam negras). O nome da doença, Peste Bubônica, tem relação direta com a inflamação dos gânglios linfáticos e o seu nome deriva justamente da expressão Bubão.
Situações de subnutrição e desnutrição ou de qualquer outra doença no organismo de uma pessoa infectada tornam a possibilidade de sobrevivência a peste praticamente impossível. Há duas variações da enfermidade que os historiadores acreditam ter coexistido com a versão predominante naquele período, são elas: a praga que se estabelece no sangue e aquela que ataca os pulmões. São violentíssimas e as chances reais de uma pessoa resistir a essas variações da peste bubônica eram praticamente nulas.
Ao longo do século XIV, como resultado da peste na China, a população local decresceu consideravelmente, passando de 125 milhões de pessoas para uma quantidade estimada em 90 milhões. Como a China era uma das mais importantes e grandiosas nações comerciais do mundo naquela época, a doença acabou migrando através de seus navios mercantes para o restante do continente asiático e também para a Europa.
O canal de acesso para a doença entre os europeus foram alguns navios de cidades italianas que voltavam da Ásia pelo Mar Negro, uma das principais rotas de comércio que ligavam o Velho Mundo as especiarias e produtos oriundos dos principais pólos produtores da Índia, China, Arábia,...
Quando os navios atracaram na Sicília muitos dos tripulantes já estavam em avançado estágio de contaminação pela peste bubônica. Estavam morrendo ou infectados. Não demorou muito para que a doença trazida pelos marinheiros dos mercantes italianos se espalhasse pelas cidades da região e também na zona rural.
De acordo com relatos da época, apavorados muitos habitantes das regiões infectadas fugiram de suas cidades, vilas, aldeias e feudos. Mas a doença não ficou para trás. Não sabiam tais pessoas que a contaminação de um único ser entre todos eles fazia com que a peste os acompanhasse por onde fossem. A situação ficou tão desesperadora que muitos pais estavam deixando para trás seus filhos. Religiosos que ficavam encarregados de cuidar dos enfermos também abandonavam seus postos largando os moribundos a sua própria sorte. Seus mosteiros, abadias e conventos eram abandonados depois do surgimento dos primeiros sinais de que também eles, representantes de Deus na Terra estavam com a peste. Nem mesmo advogados, responsáveis pela criação de testamentos dos doentes se atreviam a permanecer por perto para realizar o trabalho que deles era esperado.
Os corpos se avolumavam nas casas abandonadas e não lhes era dada nem mesmo a possibilidade de um enterro cristão. O resultado da epidemia era tão devastador que um comentarista célebre daquele período, o escritor italiano Boccaccio chegou a dizer que as vítimas frequentemente “almoçavam com os amigos e jantavam com seus ancestrais”.
Apenas alguns meses foram suficientes para que a peste bubônica chegasse à Inglaterra, no norte da Europa. Ao atingir essa região do continente, a doença passou a ser chamada de Peste Negra, em alusão as manchas dessa cor que apareciam na pele dos enfermos. Para piorar, a atrasada medicina do período medieval não tinha instrumentos e remédios adequados para realizar um eficiente combate contra a praga que devastava todas as localidades por onde passava. No inverno a doença parecia estar desaparecendo. O que estava acontecendo é que nessa estação do ano, as principais propagadoras da peste bubônica, ou seja, as pulgas dos ratos estavam em seu período de dormência. Quando chegava a primavera, novamente começavam os ciclos de infestação e propagação das chagas promovidas pela Peste Negra.
Depois de apenas 5 anos, calcula-se que aproximadamente 25 milhões de pessoas haviam perecido. Isso equivalia, à época, a um terço da população européia. A morte de contingente tão grandioso de pessoas na Europa provocou conseqüências sérias que afetaram a vida local por alguns séculos. Faltavam trabalhadores para a realização da labuta no campo. Isso motivou os camponeses a exigir dos senhores feudais a diminuição dos encargos feudais e um aumento de seus ganhos. A recusa dos proprietários das terras em aceitar essas exigências levou os servos a violentas revoltas que aconteceram em vários países, como a Itália, a França, a Inglaterra e os Países Baixos.
Nas cidades faltavam pessoas para trabalhar no comércio e nas oficinas de artesãos especializados. O comércio declinava. Os trabalhadores que haviam sobrevivido exigiam melhores salários e condições de trabalho. Seus patrões, que haviam perdido muito dinheiro com o fechamento temporário de seus estabelecimentos não tinham como atender essa demanda.
Também a Igreja Católica perdeu credibilidade junto aos fiéis por conta das perdas da Peste Negra. As orações e celebrações em que se pedia o fim da epidemia no continente não foram atendidas pelos céus e, como resultado dessa resposta divina que nunca chegou, as pessoas foram estimuladas a aderir aos movimentos que começavam a questionar a Igreja Católica em suas bases, dogmas, saberes e proposições.
Contrariando o que muitas pessoas pensam a respeito daquele período, as autoridades públicas de algumas localidades não agiram como se a Peste Negra fosse um castigo divino contra a humanidade e encararam o problema como uma questão de saúde pública. Não possuíam muitos recursos para combater o problema, mas tentaram se organizar para debelar a epidemia.
Em Milão, por exemplo, os representantes do poder público lacraram residências de pessoas que estavam contaminadas para evitar o contato das mesmas com pessoas saudáveis. Dessa forma pretendiam que o contágio da enfermidade não acontecesse. Em Veneza foram adotadas medidas como a quarentena e o isolamento das embarcações que chegavam à cidade em uma ilha para evitar que novos focos da peste bubônica pudessem surgir. Apesar de não conseguirem evitar as mortes em seus municípios, tais medidas tornaram a quantidade de vítimas inferior ao de outras cidades da Europa que não haviam tomado qualquer providência para combater a doença.
O ímpeto da Peste Negra diminuiu com o passar do tempo, mas ciclos esporádicos e isolados continuavam a ocorrer de tempos em tempos. Isso ainda se repetiria ao longo de mais alguns séculos e o desaparecimento da enfermidade do mapa da Europa só aconteceu mesmo no século XVII.

Atividades – Leia o texto com atenção depois responda.
1. Faça um relato que contenha as seguintes informações:
a) O que foi a peste bubônica?
b) Em que época e lugar ela surgiu?
c) Quais eram os seus sintomas?
d) Como ela se espalhou pela Europa?

2. Cite quais foram as conseqüências dessa epidemia para a China e os países europeus? Escolha uma delas e faça um comentário.

A Peste Negra

A epidemia do fim dos temposA Peste Negra
No início do século XIV a China vivenciou uma epidemia mortal de peste bubônica. A peste ocorre em virtude de um bacilo, ou seja, um organismo presente no organismo dos ratos e que é repassado aos homens pelas pulgas que neles se hospedam. As pulgas em contato com o corpo humano regurgitam o sangue dos roedores e dessa forma a doença chega aos seres humanos. Assim que as primeiras pessoas são atingidas pela peste, a enfermidade se dissemina com grande rapidez.
Os sintomas dessa doença são a febre alta, a inflamação das glândulas linfáticas (chamadas popularmente de bubões), manchas na pele (vermelhas inicialmente e que depois se tornam negras). O nome da doença, Peste Bubônica, tem relação direta com a inflamação dos gânglios linfáticos e o seu nome deriva justamente da expressão Bubão.
Situações de subnutrição e desnutrição ou de qualquer outra doença no organismo de uma pessoa infectada tornam a possibilidade de sobrevivência a peste praticamente impossível. Há duas variações da enfermidade que os historiadores acreditam ter coexistido com a versão predominante naquele período, são elas: a praga que se estabelece no sangue e aquela que ataca os pulmões. São violentíssimas e as chances reais de uma pessoa resistir a essas variações da peste bubônica eram praticamente nulas.
Ao longo do século XIV, como resultado da peste na China, a população local decresceu consideravelmente, passando de 125 milhões de pessoas para uma quantidade estimada em 90 milhões. Como a China era uma das mais importantes e grandiosas nações comerciais do mundo naquela época, a doença acabou migrando através de seus navios mercantes para o restante do continente asiático e também para a Europa.
O canal de acesso para a doença entre os europeus foram alguns navios de cidades italianas que voltavam da Ásia pelo Mar Negro, uma das principais rotas de comércio que ligavam o Velho Mundo as especiarias e produtos oriundos dos principais pólos produtores da Índia, China, Arábia,...
Quando os navios atracaram na Sicília muitos dos tripulantes já estavam em avançado estágio de contaminação pela peste bubônica. Estavam morrendo ou infectados. Não demorou muito para que a doença trazida pelos marinheiros dos mercantes italianos se espalhasse pelas cidades da região e também na zona rural.
De acordo com relatos da época, apavorados muitos habitantes das regiões infectadas fugiram de suas cidades, vilas, aldeias e feudos. Mas a doença não ficou para trás. Não sabiam tais pessoas que a contaminação de um único ser entre todos eles fazia com que a peste os acompanhasse por onde fossem. A situação ficou tão desesperadora que muitos pais estavam deixando para trás seus filhos. Religiosos que ficavam encarregados de cuidar dos enfermos também abandonavam seus postos largando os moribundos a sua própria sorte. Seus mosteiros, abadias e conventos eram abandonados depois do surgimento dos primeiros sinais de que também eles, representantes de Deus na Terra estavam com a peste. Nem mesmo advogados, responsáveis pela criação de testamentos dos doentes se atreviam a permanecer por perto para realizar o trabalho que deles era esperado.
Os corpos se avolumavam nas casas abandonadas e não lhes era dada nem mesmo a possibilidade de um enterro cristão. O resultado da epidemia era tão devastador que um comentarista célebre daquele período, o escritor italiano Boccaccio chegou a dizer que as vítimas frequentemente “almoçavam com os amigos e jantavam com seus ancestrais”.
Apenas alguns meses foram suficientes para que a peste bubônica chegasse à Inglaterra, no norte da Europa. Ao atingir essa região do continente, a doença passou a ser chamada de Peste Negra, em alusão as manchas dessa cor que apareciam na pele dos enfermos. Para piorar, a atrasada medicina do período medieval não tinha instrumentos e remédios adequados para realizar um eficiente combate contra a praga que devastava todas as localidades por onde passava. No inverno a doença parecia estar desaparecendo. O que estava acontecendo é que nessa estação do ano, as principais propagadoras da peste bubônica, ou seja, as pulgas dos ratos estavam em seu período de dormência. Quando chegava a primavera, novamente começavam os ciclos de infestação e propagação das chagas promovidas pela Peste Negra.
Depois de apenas 5 anos, calcula-se que aproximadamente 25 milhões de pessoas haviam perecido. Isso equivalia, à época, a um terço da população européia. A morte de contingente tão grandioso de pessoas na Europa provocou conseqüências sérias que afetaram a vida local por alguns séculos. Faltavam trabalhadores para a realização da labuta no campo. Isso motivou os camponeses a exigir dos senhores feudais a diminuição dos encargos feudais e um aumento de seus ganhos. A recusa dos proprietários das terras em aceitar essas exigências levou os servos a violentas revoltas que aconteceram em vários países, como a Itália, a França, a Inglaterra e os Países Baixos.
Nas cidades faltavam pessoas para trabalhar no comércio e nas oficinas de artesãos especializados. O comércio declinava. Os trabalhadores que haviam sobrevivido exigiam melhores salários e condições de trabalho. Seus patrões, que haviam perdido muito dinheiro com o fechamento temporário de seus estabelecimentos não tinham como atender essa demanda.
Também a Igreja Católica perdeu credibilidade junto aos fiéis por conta das perdas da Peste Negra. As orações e celebrações em que se pedia o fim da epidemia no continente não foram atendidas pelos céus e, como resultado dessa resposta divina que nunca chegou, as pessoas foram estimuladas a aderir aos movimentos que começavam a questionar a Igreja Católica em suas bases, dogmas, saberes e proposições.
Contrariando o que muitas pessoas pensam a respeito daquele período, as autoridades públicas de algumas localidades não agiram como se a Peste Negra fosse um castigo divino contra a humanidade e encararam o problema como uma questão de saúde pública. Não possuíam muitos recursos para combater o problema, mas tentaram se organizar para debelar a epidemia.
Em Milão, por exemplo, os representantes do poder público lacraram residências de pessoas que estavam contaminadas para evitar o contato das mesmas com pessoas saudáveis. Dessa forma pretendiam que o contágio da enfermidade não acontecesse. Em Veneza foram adotadas medidas como a quarentena e o isolamento das embarcações que chegavam à cidade em uma ilha para evitar que novos focos da peste bubônica pudessem surgir. Apesar de não conseguirem evitar as mortes em seus municípios, tais medidas tornaram a quantidade de vítimas inferior ao de outras cidades da Europa que não haviam tomado qualquer providência para combater a doença.
O ímpeto da Peste Negra diminuiu com o passar do tempo, mas ciclos esporádicos e isolados continuavam a ocorrer de tempos em tempos. Isso ainda se repetiria ao longo de mais alguns séculos e o desaparecimento da enfermidade do mapa da Europa só aconteceu mesmo no século XVII.

Atividades – Leia o texto com atenção depois responda.
1. Faça um relato que contenha as seguintes informações:
a) O que foi a peste bubônica?
b) Em que época e lugar ela surgiu?
c) Quais eram os seus sintomas?
d) Como ela se espalhou pela Europa?

2. Cite quais foram as conseqüências dessa epidemia para a China e os países europeus? Escolha uma delas e faça um comentário.

A Peste Negra

A epidemia do fim dos temposA Peste Negra
No início do século XIV a China vivenciou uma epidemia mortal de peste bubônica. A peste ocorre em virtude de um bacilo, ou seja, um organismo presente no organismo dos ratos e que é repassado aos homens pelas pulgas que neles se hospedam. As pulgas em contato com o corpo humano regurgitam o sangue dos roedores e dessa forma a doença chega aos seres humanos. Assim que as primeiras pessoas são atingidas pela peste, a enfermidade se dissemina com grande rapidez.
Os sintomas dessa doença são a febre alta, a inflamação das glândulas linfáticas (chamadas popularmente de bubões), manchas na pele (vermelhas inicialmente e que depois se tornam negras). O nome da doença, Peste Bubônica, tem relação direta com a inflamação dos gânglios linfáticos e o seu nome deriva justamente da expressão Bubão.
Situações de subnutrição e desnutrição ou de qualquer outra doença no organismo de uma pessoa infectada tornam a possibilidade de sobrevivência a peste praticamente impossível. Há duas variações da enfermidade que os historiadores acreditam ter coexistido com a versão predominante naquele período, são elas: a praga que se estabelece no sangue e aquela que ataca os pulmões. São violentíssimas e as chances reais de uma pessoa resistir a essas variações da peste bubônica eram praticamente nulas.
Ao longo do século XIV, como resultado da peste na China, a população local decresceu consideravelmente, passando de 125 milhões de pessoas para uma quantidade estimada em 90 milhões. Como a China era uma das mais importantes e grandiosas nações comerciais do mundo naquela época, a doença acabou migrando através de seus navios mercantes para o restante do continente asiático e também para a Europa.
O canal de acesso para a doença entre os europeus foram alguns navios de cidades italianas que voltavam da Ásia pelo Mar Negro, uma das principais rotas de comércio que ligavam o Velho Mundo as especiarias e produtos oriundos dos principais pólos produtores da Índia, China, Arábia,...
Quando os navios atracaram na Sicília muitos dos tripulantes já estavam em avançado estágio de contaminação pela peste bubônica. Estavam morrendo ou infectados. Não demorou muito para que a doença trazida pelos marinheiros dos mercantes italianos se espalhasse pelas cidades da região e também na zona rural.
De acordo com relatos da época, apavorados muitos habitantes das regiões infectadas fugiram de suas cidades, vilas, aldeias e feudos. Mas a doença não ficou para trás. Não sabiam tais pessoas que a contaminação de um único ser entre todos eles fazia com que a peste os acompanhasse por onde fossem. A situação ficou tão desesperadora que muitos pais estavam deixando para trás seus filhos. Religiosos que ficavam encarregados de cuidar dos enfermos também abandonavam seus postos largando os moribundos a sua própria sorte. Seus mosteiros, abadias e conventos eram abandonados depois do surgimento dos primeiros sinais de que também eles, representantes de Deus na Terra estavam com a peste. Nem mesmo advogados, responsáveis pela criação de testamentos dos doentes se atreviam a permanecer por perto para realizar o trabalho que deles era esperado.
Os corpos se avolumavam nas casas abandonadas e não lhes era dada nem mesmo a possibilidade de um enterro cristão. O resultado da epidemia era tão devastador que um comentarista célebre daquele período, o escritor italiano Boccaccio chegou a dizer que as vítimas frequentemente “almoçavam com os amigos e jantavam com seus ancestrais”.
Apenas alguns meses foram suficientes para que a peste bubônica chegasse à Inglaterra, no norte da Europa. Ao atingir essa região do continente, a doença passou a ser chamada de Peste Negra, em alusão as manchas dessa cor que apareciam na pele dos enfermos. Para piorar, a atrasada medicina do período medieval não tinha instrumentos e remédios adequados para realizar um eficiente combate contra a praga que devastava todas as localidades por onde passava. No inverno a doença parecia estar desaparecendo. O que estava acontecendo é que nessa estação do ano, as principais propagadoras da peste bubônica, ou seja, as pulgas dos ratos estavam em seu período de dormência. Quando chegava a primavera, novamente começavam os ciclos de infestação e propagação das chagas promovidas pela Peste Negra.
Depois de apenas 5 anos, calcula-se que aproximadamente 25 milhões de pessoas haviam perecido. Isso equivalia, à época, a um terço da população européia. A morte de contingente tão grandioso de pessoas na Europa provocou conseqüências sérias que afetaram a vida local por alguns séculos. Faltavam trabalhadores para a realização da labuta no campo. Isso motivou os camponeses a exigir dos senhores feudais a diminuição dos encargos feudais e um aumento de seus ganhos. A recusa dos proprietários das terras em aceitar essas exigências levou os servos a violentas revoltas que aconteceram em vários países, como a Itália, a França, a Inglaterra e os Países Baixos.
Nas cidades faltavam pessoas para trabalhar no comércio e nas oficinas de artesãos especializados. O comércio declinava. Os trabalhadores que haviam sobrevivido exigiam melhores salários e condições de trabalho. Seus patrões, que haviam perdido muito dinheiro com o fechamento temporário de seus estabelecimentos não tinham como atender essa demanda.
Também a Igreja Católica perdeu credibilidade junto aos fiéis por conta das perdas da Peste Negra. As orações e celebrações em que se pedia o fim da epidemia no continente não foram atendidas pelos céus e, como resultado dessa resposta divina que nunca chegou, as pessoas foram estimuladas a aderir aos movimentos que começavam a questionar a Igreja Católica em suas bases, dogmas, saberes e proposições.
Contrariando o que muitas pessoas pensam a respeito daquele período, as autoridades públicas de algumas localidades não agiram como se a Peste Negra fosse um castigo divino contra a humanidade e encararam o problema como uma questão de saúde pública. Não possuíam muitos recursos para combater o problema, mas tentaram se organizar para debelar a epidemia.
Em Milão, por exemplo, os representantes do poder público lacraram residências de pessoas que estavam contaminadas para evitar o contato das mesmas com pessoas saudáveis. Dessa forma pretendiam que o contágio da enfermidade não acontecesse. Em Veneza foram adotadas medidas como a quarentena e o isolamento das embarcações que chegavam à cidade em uma ilha para evitar que novos focos da peste bubônica pudessem surgir. Apesar de não conseguirem evitar as mortes em seus municípios, tais medidas tornaram a quantidade de vítimas inferior ao de outras cidades da Europa que não haviam tomado qualquer providência para combater a doença.
O ímpeto da Peste Negra diminuiu com o passar do tempo, mas ciclos esporádicos e isolados continuavam a ocorrer de tempos em tempos. Isso ainda se repetiria ao longo de mais alguns séculos e o desaparecimento da enfermidade do mapa da Europa só aconteceu mesmo no século XVII.

Atividades – Leia o texto com atenção depois responda.
1. Faça um relato que contenha as seguintes informações:
a) O que foi a peste bubônica?
b) Em que época e lugar ela surgiu?
c) Quais eram os seus sintomas?
d) Como ela se espalhou pela Europa?

2. Cite quais foram as conseqüências dessa epidemia para a China e os países europeus? Escolha uma delas e faça um comentário.

A Peste Negra

A epidemia do fim dos temposA Peste Negra
No início do século XIV a China vivenciou uma epidemia mortal de peste bubônica. A peste ocorre em virtude de um bacilo, ou seja, um organismo presente no organismo dos ratos e que é repassado aos homens pelas pulgas que neles se hospedam. As pulgas em contato com o corpo humano regurgitam o sangue dos roedores e dessa forma a doença chega aos seres humanos. Assim que as primeiras pessoas são atingidas pela peste, a enfermidade se dissemina com grande rapidez.
Os sintomas dessa doença são a febre alta, a inflamação das glândulas linfáticas (chamadas popularmente de bubões), manchas na pele (vermelhas inicialmente e que depois se tornam negras). O nome da doença, Peste Bubônica, tem relação direta com a inflamação dos gânglios linfáticos e o seu nome deriva justamente da expressão Bubão.
Situações de subnutrição e desnutrição ou de qualquer outra doença no organismo de uma pessoa infectada tornam a possibilidade de sobrevivência a peste praticamente impossível. Há duas variações da enfermidade que os historiadores acreditam ter coexistido com a versão predominante naquele período, são elas: a praga que se estabelece no sangue e aquela que ataca os pulmões. São violentíssimas e as chances reais de uma pessoa resistir a essas variações da peste bubônica eram praticamente nulas.
Ao longo do século XIV, como resultado da peste na China, a população local decresceu consideravelmente, passando de 125 milhões de pessoas para uma quantidade estimada em 90 milhões. Como a China era uma das mais importantes e grandiosas nações comerciais do mundo naquela época, a doença acabou migrando através de seus navios mercantes para o restante do continente asiático e também para a Europa.
O canal de acesso para a doença entre os europeus foram alguns navios de cidades italianas que voltavam da Ásia pelo Mar Negro, uma das principais rotas de comércio que ligavam o Velho Mundo as especiarias e produtos oriundos dos principais pólos produtores da Índia, China, Arábia,...
Quando os navios atracaram na Sicília muitos dos tripulantes já estavam em avançado estágio de contaminação pela peste bubônica. Estavam morrendo ou infectados. Não demorou muito para que a doença trazida pelos marinheiros dos mercantes italianos se espalhasse pelas cidades da região e também na zona rural.
De acordo com relatos da época, apavorados muitos habitantes das regiões infectadas fugiram de suas cidades, vilas, aldeias e feudos. Mas a doença não ficou para trás. Não sabiam tais pessoas que a contaminação de um único ser entre todos eles fazia com que a peste os acompanhasse por onde fossem. A situação ficou tão desesperadora que muitos pais estavam deixando para trás seus filhos. Religiosos que ficavam encarregados de cuidar dos enfermos também abandonavam seus postos largando os moribundos a sua própria sorte. Seus mosteiros, abadias e conventos eram abandonados depois do surgimento dos primeiros sinais de que também eles, representantes de Deus na Terra estavam com a peste. Nem mesmo advogados, responsáveis pela criação de testamentos dos doentes se atreviam a permanecer por perto para realizar o trabalho que deles era esperado.
Os corpos se avolumavam nas casas abandonadas e não lhes era dada nem mesmo a possibilidade de um enterro cristão. O resultado da epidemia era tão devastador que um comentarista célebre daquele período, o escritor italiano Boccaccio chegou a dizer que as vítimas frequentemente “almoçavam com os amigos e jantavam com seus ancestrais”.
Apenas alguns meses foram suficientes para que a peste bubônica chegasse à Inglaterra, no norte da Europa. Ao atingir essa região do continente, a doença passou a ser chamada de Peste Negra, em alusão as manchas dessa cor que apareciam na pele dos enfermos. Para piorar, a atrasada medicina do período medieval não tinha instrumentos e remédios adequados para realizar um eficiente combate contra a praga que devastava todas as localidades por onde passava. No inverno a doença parecia estar desaparecendo. O que estava acontecendo é que nessa estação do ano, as principais propagadoras da peste bubônica, ou seja, as pulgas dos ratos estavam em seu período de dormência. Quando chegava a primavera, novamente começavam os ciclos de infestação e propagação das chagas promovidas pela Peste Negra.
Depois de apenas 5 anos, calcula-se que aproximadamente 25 milhões de pessoas haviam perecido. Isso equivalia, à época, a um terço da população européia. A morte de contingente tão grandioso de pessoas na Europa provocou conseqüências sérias que afetaram a vida local por alguns séculos. Faltavam trabalhadores para a realização da labuta no campo. Isso motivou os camponeses a exigir dos senhores feudais a diminuição dos encargos feudais e um aumento de seus ganhos. A recusa dos proprietários das terras em aceitar essas exigências levou os servos a violentas revoltas que aconteceram em vários países, como a Itália, a França, a Inglaterra e os Países Baixos.
Nas cidades faltavam pessoas para trabalhar no comércio e nas oficinas de artesãos especializados. O comércio declinava. Os trabalhadores que haviam sobrevivido exigiam melhores salários e condições de trabalho. Seus patrões, que haviam perdido muito dinheiro com o fechamento temporário de seus estabelecimentos não tinham como atender essa demanda.
Também a Igreja Católica perdeu credibilidade junto aos fiéis por conta das perdas da Peste Negra. As orações e celebrações em que se pedia o fim da epidemia no continente não foram atendidas pelos céus e, como resultado dessa resposta divina que nunca chegou, as pessoas foram estimuladas a aderir aos movimentos que começavam a questionar a Igreja Católica em suas bases, dogmas, saberes e proposições.
Contrariando o que muitas pessoas pensam a respeito daquele período, as autoridades públicas de algumas localidades não agiram como se a Peste Negra fosse um castigo divino contra a humanidade e encararam o problema como uma questão de saúde pública. Não possuíam muitos recursos para combater o problema, mas tentaram se organizar para debelar a epidemia.
Em Milão, por exemplo, os representantes do poder público lacraram residências de pessoas que estavam contaminadas para evitar o contato das mesmas com pessoas saudáveis. Dessa forma pretendiam que o contágio da enfermidade não acontecesse. Em Veneza foram adotadas medidas como a quarentena e o isolamento das embarcações que chegavam à cidade em uma ilha para evitar que novos focos da peste bubônica pudessem surgir. Apesar de não conseguirem evitar as mortes em seus municípios, tais medidas tornaram a quantidade de vítimas inferior ao de outras cidades da Europa que não haviam tomado qualquer providência para combater a doença.
O ímpeto da Peste Negra diminuiu com o passar do tempo, mas ciclos esporádicos e isolados continuavam a ocorrer de tempos em tempos. Isso ainda se repetiria ao longo de mais alguns séculos e o desaparecimento da enfermidade do mapa da Europa só aconteceu mesmo no século XVII.

Atividades – Leia o texto com atenção depois responda.
1. Faça um relato que contenha as seguintes informações:
a) O que foi a peste bubônica?
b) Em que época e lugar ela surgiu?
c) Quais eram os seus sintomas?
d) Como ela se espalhou pela Europa?

2. Cite quais foram as conseqüências dessa epidemia para a China e os países europeus? Escolha uma delas e faça um comentário.

Guerra do Vietnã

Queimados pelo Napalm300 toneladas de bombas para cada cidadão do Vietnã
Bombas e artefatos incendiários, essa foi à realidade do Vietnã do Norte durante as décadas de 1960 e 1970. A guerra travada entre o sul e o norte desse longínquo país asiático foi uma das principais notícias mundiais do período, pois colocava em campos opostos as ideologias capitalista e socialista. Era a força dos norte-americanos a favor dos sul-coreanos enquanto os soviéticos, sem se envolverem diretamente no conflito, davam suporte e condições para a reação norte-coreana.
Guerra que marca o maior revés norte-americano em conflitos bélicos desde a independência desse país, o conflito no Vietnã não acarretou prejuízos apenas para os Estados Unidos. Os maiores sofredores foram os próprios vietnamitas (especialmente os norte-vietnamitas), submetidos a supremacia tecnológica e material dos americanos, sofreram com os constantes ataques desferidos pelos bombardeiros B-52 que despejaram imensas quantidades de explosivos sobre todo o seu território.
Para se ter uma idéia do poder de destruição desses armamentos, basta lembrar que a quantidade de bombas lançadas sobre o Vietnã supera em três vezes o montante de explosivos utilizados na 2ª Guerra Mundial.
Além disso, calculam os especialistas nesse conflito, que para cada habitante do Vietnã foram lançados no território do país o equivalente a 300 toneladas de material explosivo (mesmo levando-se em conta as populações civis, que não participavam diretamente da guerra, inclusive as mulheres, os idosos e as crianças). Um verdadeiro massacre!
O mais conhecido recurso utilizado pelas tropas norte-americanas contra seus oponentes vietcongues (como eram chamados os norte-vietnamitas pelos soldados do Tio Sam) foi uma arma química conhecida como Napalm. Era uma mistura de petróleo com reagentes químicos que tinha o formato de um gel grudento que ficava retido na pele daqueles que fossem atingidos pelo mesmo.
Entre os produtos químicos que faziam parte da composição do Napalm estava o phosphorus branco que provocava a reação de queimaduras terríveis. Os efeitos eram prolongados e há relatos de que mais da metade das vítimas atingidas por essa poderosa combinação destrutiva tinham queimaduras de 5º grau (que atingiam os músculos e até mesmo os ossos). As dores e a intensidade da corrosão causada ao organismo pelo Napalm provocava muitas mortes.
Outro armamento despejado dos aviões norte-americanos eram as bombas ‘abacaxi’. Consistiam em um pequeno invólucro metálico que tinha ao seu redor cerca de 250 pinos ou grânulos. Em cada ataque eram jogados alguns milhares de ‘abacaxis’ sobre áreas inimigas para atingir tudo aquilo que estivesse nas proximidades onde caíssem essas armas. Uma vez atingidos os alvos, essa massa metálica com pinos ou grânulos se alojava nos corpos dos inimigos e os lesionava de forma definitiva ou acabava matando muitos deles.
Há relatos de outros recursos assemelhados as bombas ‘abacaxi’ feitas com material plástico. Aparentemente menos danosas ao organismo, na realidade provocavam o mesmo impacto, adentrando a pele dos atingidos, inutilizando alguns de seus membros, danificando certos órgãos vitais, aleijando muitos soldados do oponente. De acordo com alguns analistas, ao utilizar tais tipos de armas lançadas de seus grandes bombardeiros, os norte-americanos queriam provocar um prejuízo ainda maior em seus inimigos do que aquele causado por um grande número de baixas militares ou civis.Calculavam os articuladores dos ataques ianques que as pessoas feridas, mutiladas e incapacitadas de trabalhar acabariam se tornando custos permanentes para os governos norte-coreanos e não seriam capazes de reverter qualquer lucro para o sistema socialista que se pretendia implantar naquele país.
O maior dos inimigos enfrentados pelos soldados norte-americanos na Guerra do Vietnã era, no entanto, praticamente invisível aos olhos de seus pelotões. Protegidos pelo grande conhecimento que tinham das florestas de seu país, os vietcongues armavam ataques surpreendentes e suicidas e, dessa forma, conseguiam aniquilar muitos de seus opositores (atuavam dentro da tática de guerrilhas).
A resposta encontrada para lidar com tal problema foi a utilização de uma gigantesca quantidade de armas químicas e biológicas contra o Vietnã. Foram lançados contra aquele país aproximadamente 72 milhões de litros de produtos químicos (dos quais 66% era o temível ‘agente laranja’).
Para resolver esse problema foi aprovada pelo governo norte-americano a operação Ranch Hand. O referendo das autoridades permitia que as forças armadas norte-americanas lançassem sobre as florestas do Vietnã do Norte um produto químico conhecido como ‘Agente Laranja’. O objetivo principal era atingir os rebeldes da Frente de Libertação Nacional e para isso, o ‘agente laranja’ foi lançado sobre uma área de mais de um milhão de hectares. Esse produto corrói as folhas, queimando-as e destruindo-as para que a cobertura vegetal não pudesse ser utilizada como esconderijo para as tropas da Frente de Libertação. O problema é que esse produto não apenas causa um considerável desastre ambiental como também, impregnado ao corpo de seres humanos provoca prejuízos genéticos.
Outra forma de combate utilizada pelos oponentes dos vietcongues foi a destruição de mais de 650 mil acres de terra cultivada entre os anos de 1962 e 1969. Para tal ação os americanos utilizaram o ‘agente azul’. Essa tática de guerra tinha como objetivo primordial literalmente ‘matar de fome’ os representantes das forças rebeldes e opositoras a presença do contingente militar dos Estados Unidos naquele país.
Mesmo quando as notícias relativas ao uso de armas químicas foram divulgadas publicamente, os norte-americanos trataram de se defender afirmando que produtos como o ‘agente laranja’ ou o ‘agente azul’ não causavam danos as pessoas, somente ao meio-ambiente.
Essas afirmações das autoridades norte-americanas foram frontalmente combatidas pela comunidade científica internacional, inclusive por mais de 5 mil cientistas dos Estados Unidos e 17 vencedores do prêmio Nobel. Todos eles assinaram petições contra a utilização de armas químicas e biológicas na Guerra do Vietnã. Isso só deixou de acontecer em 1974, praticamente no apagar das luzes daquele sangrento conflito.
As conseqüências relacionadas a utilização desses produtos na guerra contra os vietcongues atingiu também os soldados norte-americanos. Muitos deles vieram a ter filhos com sérios problemas de pele ou ainda com a Síndrome de Down, situações comprovadamente causadas pelo contato de seus pais com produtos como o ‘napalm’, o ‘agente azul’ ou o ‘agente laranja’.
Os fabricantes desses produtos para a guerra foram posteriormente processados pelos próprios soldados americanos afetados em sua saúde pelo contato direto e pela proximidade com esses tóxicos. Isso rendeu aos veteranos da guerra indenizações que chegaram a um montante final de 180 milhões de dólares.
Além disso, a natureza do Vietnã sofreu revezes que continuam a afetar a vida econômica do país até os dias de hoje. Todos aqueles produtos químicos despejados sobre o país infectaram o solo e também os lençóis freáticos. A produção de alimentos, a sobrevivência de uma grande quantidade de espécies animais e vegetais e a própria manutenção da sociedade vietnamita se tornaram tarefas muito árduas e, em determinadas regiões, praticamente impossível durante muitos anos. Gerações posteriores de cidadãos do Vietnã do Norte continuam tendo problemas diretamente ligados à ingestão de gases ou líquidos provenientes das bombas americanas...